Ao elaborarmos nosso planejamento financeiro podemos perceber riscos e, eventualmente, será necessário contratar algum tipo de seguro. Um exemplo muito claro dentro do planejamento é a necessidade de seguro de vida.
Exemplo: você e seu cônjuge são os provedores da renda da família e, além dos custos com alimentação, moradia, escola e faculdade dos seus filhos, pretende acumular um patrimônio para a aposentadoria. Vocês têm um compromisso com a família e atualmente possuem um pequeno percentual acumulado. Nesse caso, faz sentido contratar uma apólice de vida que garanta que os objetivos sejam alcançados.
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A apólice de seguro é o contrato que formaliza as condições do seguro e tudo que o envolve.
Seu principal objetivo é comprovar que o cliente (segurado) tem o direito de receber a cobertura contratada. É onde constam todas as condições como garantias, valores, prazos, vigências, direitos e responsabilidades da seguradora e do segurado.
É essencial percorrermos, nessa ordem, três passos quando realizamos o mapeamento de riscos:
Primeiro de tudo é necessário conhecimento e visão ampla para identificar pontos vulneráveis. Apesar de sabermos que, em muitos casos, os riscos são negligenciados porque existe esperança/confiança de que “isso não vai acontecer comigo”, em muitos outros os clientes ficam expostos porque sequer conseguem perceber tal vulnerabilidade;
É possível, de alguma forma, eliminar esse risco?
É possível reduzir o risco e/ou seu impacto?
Essa primeira decisão entre assumir ou terceirizar o risco deve levar em conta o tamanho do impacto, caso o fato venha a ocorrer. Vejamos os exemplos:
Imagine uma pessoa com renda mensal de dez salários mínimos e que acaba de comprar um celular novo. Fazer ou não o seguro do aparelho? Esse é um tipo de cobertura opcional, pois, mesmo que roubem o aparelho e que seja necessária a compra de um novo, o impacto no orçamento será relativamente pequeno.
Nesse exemplo, caberá ao cliente avaliar o quão cuidadoso ele é com o aparelho em questão, seu histórico de prejuízos, o custo do seguro e outras variáveis que puderem auxiliar na decisão. Mas o ponto principal aqui é que esse é um risco que pode ser absorvido pelo cliente, pois não tem poder ofensivo de atrapalhar o orçamento e, consequentemente, a conquista dos objetivos.
Imagine agora que essa mesma pessoa investiu toda sua reserva financeira de R$ 300 mil para construir a casa em que vive. Nesse caso, não é razoável pensar que um acidente (incêndio, por exemplo) pode acabar com o patrimônio atual e causar um impacto muito sério, ou até irreversível, a todo o planejamento futuro. Nesse caso, um seguro residencial é indispensável.
É importante lembrar que a terceirização do risco gera um prêmio que deve ser pago pelo segurado e o cálculo desse custo está diretamente relacionado à probabilidade de ocorrência do evento, ou seja, em alguns casos os custos podem inviabilizar a contratação do seguro.
A conclusão é que podemos apenas assumir riscos de menor poder ofensivo e devemos terceirizar (para uma seguradora) riscos de maior poder ofensivo, sempre considerando o tamanho de seu impacto proporcionalmente em relação à situação do cliente.
Responsabilidade Civil é a obrigação de reparar o dano à integridade física, à honra ou aos bens patrimoniais que uma pessoa causa à outra. Esse tipo de risco muitas vezes é negligenciado e pode causar grande impacto negativo na vida das pessoas. Aqui podemos citar exemplos mais simples e conhecidos, como a cobertura a terceiros oferecida junto com a contratação de seguros automotivos, até exemplos menos comuns, como o D&O (Directors & Officers), que é um tipo de seguro que cobre os riscos de responsabilidade civil assumidos pelos executivos de empresas, seja com questões como ações fiscais, trabalhistas, assédio ou até mesmo questionamentos de sócios.
“Outro exemplo que vale ser citado e é muitas vezes negligenciado é a contratação de seguro de vida para sócios.
Vejamos o exemplo de três sócios fundadores de uma empresa, em que cada um teve três filhos. Na falta de um deles, os filhos passariam a ter poder de voto na companhia, aumentando assim as discussões para cinco pessoas, sendo que duas delas talvez não estariam habituadas com perfis diferentes. E quando nenhum dos fundadores estiver vivo? As discussões passariam aos nove filhos que, ao contrário dos pais, não se escolheram como sócios por afinidades. Existem diversos casos de empresas saudáveis que não sobrevivem à falta de um processo de sucessão organizado. A elaboração de acordos societários e contratação de apólices de vida, para que os sócios comprem as cotas daquele que veio a faltar, resolve questões como essa.”
Matheus Amaral, CFP®
Precisamos ter clareza de que qualquer tipo de seguro sempre pressupõe um risco futuro, aleatório e com prejuízo financeiro, ou seja, não é possível contratar um seguro para se proteger de atos do passado.
Por isso, é muito importante que os riscos não sejam negligenciados para garantir que eventos inesperados não possam atrapalhar a conquista dos objetivos desejados.